Não há muitos nomes no setor que tenham o mesmo peso do que o nome Piquet. A Motul está se unindo a Nelson Piquet Jr., ao mesmo tempo em que o piloto brasileiro retorna ao seu país de origem para participar do campeonato de Stock Car. Conversamos com ele para saber mais sobre essa novidade.
Nelson Piquet Jr: "Um bom piloto pode correr qualquer coisa".
08.04.2021
Nelson, para aqueles que não estão familiarizados com o campeonato, você pode explicar como é a Stock Car?
Você pode compará-lo com o V8 Supercars da Austrália. É, de longe, a maior competição do país. Neste campeonato, todos os pilotos correm com carros de turismo V8 idênticos. A única diferença são os estilos dos carros, que representam dois fabricantes diferentes (no próximo ano, serão três). Os melhores pilotos do Brasil estão participando, portanto, o nível de competição é muito alto.
Seu retorno às corridas brasileiras também é o retorno de um nome familiar, Piquet Sports. Qual é a história por trás disso?
Sim e não. Na verdade, a equipe tem dois capítulos diferentes. Ela foi fundada pelo meu pai como uma plataforma para que eu pudesse competir em monopostos pois, percebemos que a maioria das grandes equipes da F3 tinham suas próprias agendas e política. Sentimos que nem sempre eles tinham em mente o interesse do motorista. Porém, quando tive a oportunidade de correr na F1, dissolvemos a equipe, pois não era mais necessário. Agora que estou de volta ao Brasil, reiniciei a Piquet Sports com um novo parceiro de negócios. Desta vez, eu queria ter certeza de que a equipe para a qual eu estava dirigindo não era puramente comercial e, sim, uma equipe fundamentada na paixão pelas corridas. Não estamos no jogo para ficarmos ricos com isto, queremos melhorar esse universo e a cultura de corridas. De certa forma, queremos ser exemplo para outras equipes e mostrar que ela podem ter filosofias diferentes. Além disso, eu queria experimentar como é ser dono de uma equipe.
Você já correu por todo o mundo. Como é correr novamente no Brasil?
O Brasil tem suas lutas, especialmente a nível político. No entanto, é um país incrível, com uma boa qualidade de vida. A localização geográfica e as riquezas do país tornam a vida aqui muito boa, e há muitos “prós” de se viver no Brasil se comparado a outros países. O plano é iniciar o meu negócio aqui e, se tudo der certo, pensaremos em expandir para os Estados Unidos.
Agora, com a nova equipe, você passa a fazer parte da família Gazoo Racing, uma das marcas de maior sucesso no automobilismo. O que isso significa para você?
Este é o segundo ano em que eu junto forças com a Toyota, que uma grande marca para ser associado. Fazer parte desta família também é uma excelente maneira de se lançar internacionalmente, pois a equipe teve sucesso em todo o mundo e em todas as categorias.
Seu currículo é, no mínimo, impressionante. Você já correu por todo o mundo, em diversos campeonatos com muito sucesso e realizações. Se você tivesse que escolher um favorito, qual seria?
Ah, isso é fácil. Meu favorito é o Nascar. Não há nada igual no mundo em termos de atmosfera. Eu adorei correr nessa competição!
Você ainda tem objetivos que deseja atingir?
Sou muito ambicioso, por isso, ainda tenho uma lista objetivos a atingir antes de me aposentar. Atualmente, tenho 35 anos, então, ainda tenho uns bons 10 anos pela frente. Eu adoraria ganhar Daytona e Le Mans. Já participei algumas vezes. A última vez, participei da Rebellion, mas ganhar seria um sonho.
Quando olhamos para os carros que você já dirigiu, temos a impressão que você não faz discriminação entre competições. F1, Fórmula E, Rally Cross, Nascar... Por que tantas competições diferentes?
Acredito que um bom piloto pode correr qualquer coisa, é apenas uma questão de estar atrás do volante de um carro de competição.
Este ano você se juntou à Motul para o campeonato brasileiro de Stock Car. Como foi a sua primeira experiência com a Motul?
Na verdade, esse é um fato engraçado. Quando eu estava conversando com a Motul, negociando este acordo, entrei na garagem do meu pai e percebi que, na verdade, 80% dos óleos e produtos que ele tinha por perto eram da Motul! Além disso, eu já corri com Motul antes, quando me juntei à Rebellion com a equipe Vaillant LMP2.